quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sexualidade, Gênero e Diversidade Sexual

Período de 07 de junho á 28 de junho


Sexualidade

Nesse período os jovens vivenciaram momentos bem polêmicos, precisaram rever valores e entender como construímos modelos de pensamentos e como é difícil desconstruir-los. Alguns se mostram mais abertos, mas quando surpreendidos como um pergunta como essa: Um (a) educador (a) infantil pode ser GLBT? Ou Você acha que gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis podem ter acesso a todos os lugares? Ou Podem expressar livremente sua afetividade? Tem dúvidas.

Iniciamos a conversa falando sobre sexualidade com a brincadeira das perguntas ocultas, conversamos sobre assuntos que são tabus, por isso difícil de ser tratada pela juventude, a conversa foi bem descontraída. Realizamos uma visita ao CTA – SMP, onde tiraram suas dúvidas sobre doenças e formas de tratamento. Quando discutimos a visita alguns jovens não gostaram porque acharam a profissional autoritária e não se sentiram a vontade outros não tiveram problemas com isso. Fechamos essa etapa lendo e discutindo sobre os Direitos Sexuais e Reprodutivos, pensando porque existem e quando são violados? A conversa rendeu muito porque os jovens trazem muitos exemplos.


Gênero

            Demos continuidade a conversa refletindo sobre gênero, os jovens tiveram a tarefa de em poucos minutos descrever o que fazem no dia-a-dia um casal, que poderia ser a mãe e o pai, a irmã e o irmão ou alguém que represente estes papeis, nos mesmos horários. E depois apresentaram, anota-se o que cada um faz no mesmo horário e o tipo de atividade que ambos realizam. Após esta tarefa assistimos o Curta: Acorda Raimundo, acorda..., infelizmente por problemas técnicos não conseguimos ver o filme, mas expliquei aos jovens do que se tratava, que seria a inversão dos papeis, em um belo dia Raimundo acordava e os homens realizavam todas as tarefas que são destinadas as mulheres, causa grande estranheza pois parece inconcebível. Falei para que relacionassem com a relação que tinham escrito, muitas jovens não tem em casa a figura do pai ou da mãe, mas tem uma irmã que executa todas as tarefas domésticas ou um irmão mais velho que exige que façam suas tarefas. Essa dinâmica permitiu discutir o tratamento desigual entre meninos e meninas, a dupla ou tripla jornada de trabalho das mulheres. Esse bate – papo foi importante para que refletissem a importância de dividirem as tarefas domesticas e que também o papel, do homem não é fácil, tem a responsabilidade com o provimento do lar e de disciplina dos filhos. Fruto de tudo isso foi o poema da jovem Joyce:


Ser Mulher

Lavar, passar, cozinhar, procriar
É o que esse mundo masculino quer que eu faça
Mas a minha resposta é NÃO
Ser escrava, violentada, discriminada
Isso não é vida!

Eu quero trabalhar, me sustentar
Não quero depender de homem algum
Salário digno, condição iguais de trabalho
Eu também tenho direito!

O que me diferencia de você Homem?
A única coisa é que eu engravido
Fico de TPM

Então parem de pensar que nós somos inferiores
Pó que na verdade Nós somos todos iguais
Ser mulher é: ser DETERMINADA.

Joyce Fontes – Jovem Urbana (manhã)  


 Movimento Feminista

            Discutimos o que os jovens sabiam sobre o Movimento de Mulheres, com a pergunta: “O que você acha das feministas?”. Após este debate fizemos a dinâmica: “Caça ao tesouro” foram recortados papeis contendo os direitos conquistados pelo movimento feminista (e as datas em que foram conquistados). Os papeis foram escondidos pelo espaço e os jovens divididos em grupos tiveram a tarefa de achá-los. Depois o grupo que achou mais direitos escolhia um mico para o grupo que encontrou menos. No final de toda essa brincadeira, todos lêem os direitos conquistados e faz-se uma linha do tempo. Refletindo sobre a ocasião em que foram conquistados.
           
Violência doméstica

Os jovens, também, montaram uma dramatização sobre violência doméstica, em grupo receberam cartas de mulheres vítimas onde descreviam sua dor. Os jovens representaram as histórias que poderiam ser modificadas com fatos conhecidos o desfecho ficava para que todo o grupo decidisse, o teatro congelava e nós tínhamos que decidir como acabaria a história, o agressor chagava a ser julgado e com o auxilio da Lei Maria da Penha os jovens decidiam a melhor forma de acabar com a situação de violência. Finalizamos esse debate com a visita ao Núcleo de Defesa da Mulher – Casa Viviane em Guaianases, onde fomos muito bem recebidos e conversaram com as técnicas o dia-a- dia da casa aprofundando o tema. A maioria dos jovens não sabia que existia espaços como este.

           

Dramatização: No Juri

O dia-adia da família: Ellen, Thais e Claudio

A violência

Outro caso: Joyce, Bia e Luiz

a violência

O julgamento: o Juiz: Fefe é muito feliz

Outro caso: Monica, Carol e Josemar

O julgamento: Pensando na Lei Maria da Penha o que se pode fazser?

a situação de violência: Karina, Josiane e Filipe

O réu: Filipe

Lipe: o policial

Diversidade Sexual

            O tema mais complicado de ser tratado, isso porque muitos jovens já estão com suas concepções e preconceitos muito bem enraizados. Bom, nada melhor do que vivenciar situações de preconceito para tentar entender incoerência. Realizamos a Dinâmica dos Lugares e Pessoas (desenvolvido por Barbara Graner), nessa atividade escreve –se o nome de diversos lugares em folhas de sulfite (um lugar para cada folha) que são fixados nos painéis. Os lugares escolhidos foram: BOATE, CADEIA, CASA, ESCOLA, FÓRUM, HOSPITAL, IGREJA, MULTINACIONAL, RUA, SHOPPING, SUPERMERCADO e UNIVERSIDADE. Alguns jovens foram escolhidos para representar a SOCIEDADE. Os demais jovens recebem etiquetas com personagens que são colocados em sua testa (sem ela saber qual personagem representa). Os personagens utilizados foram: ADVOGADA(O), GAY, HOMEM CASADO, HOMEM SOLTEIRO, LÉSBICA, MÉDICA(O), MULHER CASADA, MULHER SOLTEIRA, PADRE, POLICIAL, PROFESSORA(OR), TRANSEXUAL e TRAVESTI.
A “sociedade”, em seguida, encaminha cada personagem para os diferentes lugares. Depois, pergunta –se para os personagens quem gostaria de mudar de lugar e a “sociedade” diz se elas(es) podem ou não mudar de local. No final, perguntei ao grupo como se sentiu sendo autorizado ou impedido de estar onde quisesse.            
            Os jovens manifestaram suas sensações, a Ellen insistiu para mudar de local, mas os únicos locais que a permitiam entrar foram na boate, cadeia e no shopping, ela implorou para ir a universidade e com muita insistência conseguiu, quando descobriu sua personagem disse:

“Caramba, Lésbica! Pensei que tinha uma doença infecciosa, eu não podia fazer nada”.

           Jovens que representaram o Travesti, transexual ou gay não puderam entrar na casa, na igreja, na multinacional. Agora o homem solteiro ia onde queria e a mulher solteira não pode entrar na boate. Fizemos uma discussão sobre os sentimentos das personagens quando são impedidas de mudar de lugar pela sociedade e para perceber que algumas personagens têm mais trânsito em alguns lugares do que outros. O homem médico, por exemplo, foi primeiramente colocado no hospital. Mas pôde ir a todos os lugares que quis sem que a sociedade o impedisse. Já o transexual foi vinculado á boate, á rua, e a cadeia e o único ambiente que alguns permitiram que ele freqüentasse foi o shopping.
Essa dinâmica serviu para demonstrar que o padrão estabelecido como “normal” e “correto” pela sociedade é arbitrário e discriminatório.  

         Para aprofundar mais o assunto o jovens também fizeram o Jogo Dramático com cinco situações de discriminação na escola (duas relativas á gênero e três relativas á diversidade sexual). Debateram em grupo os casos e trouxeram suas resoluções, a ideia era que se identificassem com as situações e percebessem como muitas vezes nas instituições  escolares reforçamos estereótipos.   

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